desabafos da 00

As vezes era importante não nos calarmos e naquela altura que nos julgam deitar tudo o que nos revolta, tudo o que esta cá dentro anos e anos...e dizer assim sem qualquer receio de magoar... as verdades doem, é o que dizem...

Depois a consciência fala mais alto, e o quando nos chamam de arrogantes, é mesmo porque não queremos magoar ninguém...

Cada um sabe de si, eu diria que mesmo nós as vezes pouco sabemos de nós, as vezes tentamos que tudo corra bem, como planeamos e uma situação ou outra descontrola tudo, mesmo quando não estamos a espera, as coisas não correm como nós gostávamos...

É tão fácil dizer "eu nunca fiz", quando na verdade "largou nos" na primeira oportunidade que teve, a mim, mal fiz os 9 anos, sim, 9 anos cheios de carinho materno, 9 anos a dormir a acordar a partilhar toda a minha fase de criança com o cheiro de mãe, trabalhava com ela, ajudava a, a sacudir naquela altura os apagadores cheios de giz, escrevia centenas de coisas nos quadros pretos, brincava ao querer ser professora, adorava partilhar o meu trmpi com ela, aperfeiçoava a minha maneira perfeccionista de ser, daí ter acabado a primária aos 9 anos.

Na verdade era uma menina mimada, sempre debaixo da saia da mãe, não conhecia outro lugar sem ser aquele, no meio entre a minha mãe e a minha mãe...

Assim, que "cresci" juntei me a pessoa que mais confio, que mais me irrita e que mais amo, a mana, juntas só nós sabemos o que era dormir naquele quadrado, o que era ver o que se passava naquele andar, atitudes desconhecidas nos meus olhos, sem conforto, nem carinho, sem nenhuma explicação sem ninguém simplesmente a apoiar me.
A mana naquela altura uma adolescente revoltada, que pouco queria saber de mim, gostava de marcar a diferença e ignorar a minha existência, ambas arranjamos uma maneira de nos defender, do que não gostávamos, basicamente TUDO!

Mas pouco importava, as visitas a casa eram feitas ao fim de semana, era como fosse o melhor de tudo, mas rapidamente acabava, domingo lá íamos nós no autocarro bem antes das 18h para que não chegássemos atrasadas para o jantar, o caminho era feito entre lágrimas e soluços, entre pensamentos e silêncio, o que se passaria na minha cabeça naquela altura? Como  é que eu me comportaria naquele mundo que pouco ou nada conhecia?

Foi assim anos, anos a engolir, anos a digerir, anos a suportar, anos a tentar sorrir e anos a esconder o que sentia de verdade, nunca existiu uma pergunta nunca existiu uma palavra amiga, nunca existiu uma explicação, nunca existiu uma preocupação apenas um "porque tem que ser, assim..."

E hoje, quando tento estar presente na educação do meu filho, quando tento que ele perceba que a vida não é um mar de rosas, e para que ele tenha X eu não tenho o Y, ou não temos o Z, sou julgada, acha que ele é uma criança... quando eu conscientemente sei que a minha vida esta numa fase de transacção complicada, e que não  consigo conciliar muitas coisas que ele ha de precisar, quando explico lhe, diz me que não devo, quando penso muitas vezes que ele com o pai ficaria melhor, estou errada! Deixar lhe com o pai,alguém que esta presente na vida dele desde sempre, sou julgada? Óbvio que nunca faria, mesmo que tivesse vontade não tinha coragem,assim vice versa, mesmo que tivesse no fundo existia uma luz só para manter o meu filho comigo.

Sei que muitas vezes falo muito, sei que muitas vezes deveria falar e muitas outraa ficar calada, não sei o dia de amanhã mas sei que hoje ele sabe que existe sacrifícios e eu faço os para sermos Felizes. (ponto).

Então, mas quem esta certa?

Não atires pedras quando na verdade também tens telhados de vidro...

Observa, que a minha insegurança veio de algum lado e eu não quero que o meu filho passe NUNCA  O QUE EU PASSEI (ponto).



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