Conversas de Janela

Ontem quando preparava a minha casa para o jantar da mana, comecei a escutar gritos vindos da rua, coisa anormal naquela zona, ás vezes uma ou outra briga de casal, mas assim tão grave...não.

Despertou me a curiosidade e lá corri eu até a janela...

Não sei se vi o que queria ver, nem sei como começar a escrever esse episódio, talvez começo por contar as partes que me chocaram mais.

Foi ver como os pais cegam ,quando perdem a razão, quando se encontram injustiça dos, quando algo não corre como eles planearam. Ignorando os mais fracos, limitando apenas ao bate boca, para que consigam ser ofensivos um com um outro, não importa quem está assistir nem quem está a ouvir.

Com todos os nomes feios que possam imaginar, aquela discussão fazia se da rua para um primeiro andar, onde o pai chamava tudo, à todas as mulheres que moravam naquela casa.

Naquele instante consegui conhecer a vida de todas aquelas mulheres, uma da idade quase da minha mãe, a outra recordo me dela em tempo de escola, não mais do que vinte e cinco anos.

O cúmulo foi ter aquelas mulheres a continuarem a responder aquele pai na presença daquelas almas inocentes, daqueles três pequenos anjos.

Que mãe é esta que não poupa a mente dos próprios filhos?!( em minutos passa a minha imagem na minha mente).

"Sabes onde está o teu pai?", perguntou o individuo a um miúdo que empoleirado na janela assistia a tudo, não mais do que quatro anos, para o miúdo era uma pergunta normal, estava eufórico, parecia que estava a participar num grande evento, respondeu sem pensar nem pestanejar, " o meu pai está a trabalhar!", sem perceber o que viria a seguir, nem ele nem as pessoas que estavam ali, lá veio a resposta certa ou não, ninguém sabe, mas que foi lamentável isso foi, a mim fez me doer o coração, perdi a vontade de ser espectadora daquele espectáculo sem escrúpulos.
"O teu pai fugiu, porque a tua mãe é uma puta, que fudeu com o próprio pai e sabes mais esse teu irmão mais velho é filho do teu avô! Essas duas são umas putas!!!"

Fiquei sem palavras, viajei longe do meu corpo por uns instantes e pensei naquilo tudo! Nas coisas horríveis.

No que puder que a raça humana tem em destruir o outro, destruir principalmente quem é inocente no meio desta história.

O que me revolta mesmo cá no fundo é saber que estás discussões acontecem hoje, por qualquer motivo, mas amanhã estão todos no café sentados como nada se tivesse passado, esquecendo o que se passa naquelas mentes que ontem eram pequenas e hoje são revoltadas!



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